Economia azul e economia circular são ambas faces da sustentabilidade. Economia circular significa pensar e repensar – alterar hábitos para prevenir e evitar os abusos que cometemos e cujas consequências negativas encontramos em todo o planeta – nos continentes e ilhas; na atmosfera; nos rios, mares e oceano; nas pessoas também.
A economia circular é um modelo económico focado em sistemas de produção e consumo em circuito fechado (circular), como alternativa ao modelo linear (aberto).
A economia circular baseia-se em três princípios, impulsionados nas fases de design e conceção de serviços e produtos:
Eliminar o lixo e a poluição;
Circular produtos e materiais (até ao máximo do seu limite);
Regenerar a natureza.
A economia circular procura extrair valor económico e utilidade dos materiais, equipamentos e bens pelo maior tempo possível, em ciclos energizados por fontes renováveis. Ultrapassa o âmbito e foco estrito das ações de gestão de resíduos e de reciclagem, visando uma ação mais ampla, desde o redesenho de processos, produtos e novos modelos de negócio, até à otimização da utilização de recursos. Visa assim o desenvolvimento de novos produtos e serviços economicamente viáveis e ecologicamente eficientes.
Numa sociedade caracterizada pelo crescimento da população e por elevados níveis de consumo, a economia circular procura substituir o conceito de fim-de-vida dos produtos, típico da economia linear sequencial, por fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação. Os materiais são preservados, restaurados ou reintroduzidos no sistema de modo cíclico, com vantagens ambientais decorrentes da menor extração e importação de matérias-primas, redução na produção de resíduos e redução de emissões associadas.
Este conceito estratégico assenta em vários “Rs” que incluem, entre outros, o repensar, a redução, a reutilização, a recuperação e a reciclagem de materiais e de energia. A economia circular é vista como um elemento-chave para promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos, com elevado impacto na natureza e na sustentabilidade do planeta.
O webinar “Modelos Circulares na economia do Mar” realiza-se nos dias 23 e 25 de fevereiro, no âmbito do projeto INOVSEA. A participação é livre mas sujeita a inscrição prévia.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Economia Circular na União Europeia
No dia 2 de dezembro de 2015, a Comissão Europeia publicou uma comunicação (COM(2015) 614 final) intitulada “Fechar o ciclo – plano de ação da UE para a economia circular“, reconhecendo que:
“A transição para uma economia mais circular, em que o valor dos produtos, materiais e recursos se mantém na economia o máximo de tempo possível e a produção de resíduos se reduz ao mínimo, é um contributo fundamental para os esforços da UE no sentido de desenvolver uma economia sustentável, hipocarbónica, eficiente em termos de recursos e competitiva. Essa transição é a oportunidade para transformarmos a nossa economia e criarmos vantagens competitivas, novas e sustentáveis, para a Europa.”
Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal
No dia 23 de novembro de 2017, foi aprovado o Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal (PAEC), tendo como objetivo definir uma estratégia nacional para a economia circular. Este plano consubstancia a estratégia nacional visando a mudança do paradigma económico de linear para circular, englobando um conjunto de sete ações concretas.
Um novo Plano de Ação para a Economia Circular na União Europeia
No dia 11 de março de 2020, a Comissão Europeia adotou um novo Plano de Ação para a Economia Circular (COM(2020) 98 final), constituindo o mesmo um dos principais alicerces do Pacto Ecológico Europeu.
Mudar a forma como produzimos e consumimos – um novo Plano de Ação para a Economia Circular – mostra o caminho a seguir para uma economia competitiva e neutra em termos de clima, aberta aos consumidores.
Economia Circular no Mundo
Para acompanhar o que melhor se faz em termos de economia circular, é fundamental conhecer o trabalho desenvolvido pela Ellen MacArthur Foundation.
Como expressa a sua plataforma online:
“It’s time to rethink how we design, make, and use the things we need, from the food we eat to the clothes we wear. Together, we can create a better future for business, society and the natural world.”
“In our current economy, we take materials from the Earth, make products from them, and eventually throw them away as waste – the process is linear. In a circular economy, by contrast, we stop waste being produced in the first place.”
“A circular economy decouples economic activity from the consumption of finite resources. It is a resilient system that is good for business, people and the environment.”
SABER MAIS SOBRE ECONOMIA CIRCULAR E ECONOMIA AZUL
É hoje amplamente reconhecido que não existe economia azul sem economia circular – ambas são faces de uma mesma moeda. Economia azul e economia circular significam sustentabilidade ambiental, social e económica.
A importância da economia circular no desenvolvimento de uma economia do mar sustentável e regenerativa, é um tema desenvolvido em profundidade no Programa de Liderança em Economia Azul (PLEA).
O Programa de Liderança em Economia Azul (PLEA) inclui 18 módulos, apresentados em 3 dias. O módulo Sustentabilidade e Economia Circular inclui a abordagem aos tópicos:
Alarme ambiental e social;
Do PIB ao donut e ao bem-estar;
As razões da economia circular; e
ESG na economia azul.
SOBRE O PROJETO INOVSEA
Promovido pela Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) e pela Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF), o projeto INOVSEA promove a inovação e a competitividade na economia do mar das regiões costeiras do Alto Minho e Baixo Mondego, visando a valorização sustentável do potencial económico dos recursos do mar de ambas as regiões.
A inovação, o conhecimento e as redes de cooperação são as peças centrais do projeto INOVSEA. Neste contexto, é potenciada a interligação das empresas a centros de conhecimento e de ciência, através da definição de um ecossistema de inovação que possa apoiar e agilizar o crescimento da economia do mar. O ecossistema de inovação é constituído por um segmento científico que inclui entidades de ensino, universidades e instituições de investigação; e por um segmento institucional que inclui associações, clusters, fundações, municípios e entidades públicas.
É ainda promovida a aproximação a entidades com recursos e competências específicas, nomeadamente incubadoras, centros tecnológicos, redes de empresas e de internacionalização, fontes de capital e habitats de captação de talento.